Telma Mendes – Psicóloga https://psicologa.com.br Sun, 20 Oct 2024 00:02:34 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.6.2 https://psicologa.com.br/wp-content/uploads/2019/05/cropped-favicon-32x32.png Telma Mendes – Psicóloga https://psicologa.com.br 32 32 Políticas Públicas para idosos https://psicologa.com.br/politicas-publicas-para-o-idoso/ https://psicologa.com.br/politicas-publicas-para-o-idoso/#respond Thu, 17 Oct 2024 22:59:25 +0000 https://psicologa.com.br/?p=309 Conheci a Rosalina no ITS-Brasil em 2023, quando atuamos no Programa de Empregabilidade Inclusiva Para Pessoas Com Deficiência e ela contou sobre sua experiência e envolvimento num projeto de inovação em moradia (cohousing), chamada Bem Viver, na região de Mogi das Cruzes. Trata-se de uma ideia já consolidada em vários países e uma tendência crescente no âmbito das políticas habitacionais. Constitui-se em grupos de pessoas que incluem amigos, conhecidos e indivíduos interessados em compartilhar experiências e também que tenham afinidades e que possam oferecer apoio mútuo em uma moradia colaborativa na busca de uma boa convivência, respeitando a privacidade de cada um. Nos anos 1960, na Dinamarca, surgiu a ideia do “cohousing” quando Jan Gudmand Hoyer, descontente com o estilo tradicional de moradia, reuniu amigos para criar um novo conceito de habitação. Esse modelo combina a privacidade de cada moradia com espaços comuns e atividades que promovem a interação entre os vizinhos. A importância do suporte emocional é destacada como um dos motivos para a adoção desse formato de convivência. Na cidade de São Paulo, temos uma iniciativa localizada no bairro do Pari, a Vila dos Idosos, um empreendimento de locação social que é um modelo de política pública, necessária para suprir a necessidade dessa população cada vez maior. Essas moradias habitacionais tendem a se multiplicar. Esse programa oferece subsídios para populações vulneráveis e de baixa renda no acesso à moradia, eles contam com assistência médica pelo Programa de Atendimento ao Idoso (PAI), além de acompanhamento de psicólogos e assistentes sociais contratados. Há um espaço comum que foi projetado para atender às necessidades desse público com salas para TV, jogos, salão de festas, cozinha comunitária e também uma horta comunitária. No entanto, é preciso ressaltar outras questões abordadas em políticas públicas, já que o envelhecimento da população brasileira está ocorrendo rapidamente e é crucial estarmos preparados para lidar com essa situação. Algumas ações necessitam de avaliação e planejamento adequado e, dentro desse contexto, elaboramos um esboço para abordar esses problemas urgentes que demandam atenção. Vivemos em um ritmo acelerado de envelhecimento, segundo projeções do IBGE: a diminuição da natalidade, baixa taxa de fecundidade e o aumento da população com 60 anos e mais impactam diretamente na necessidade de elaboração de políticas públicas tão necessárias em seus diversos âmbitos dentro de nossa sociedade. Segundo Coleman (2001), o envelhecimento populacional é uma das mais importantes transformações sociodemográficas em curso nas sociedades humanas.
O assunto do envelhecimento da população não recebe a devida atenção nos debates sobre a importância de tratar com mais cuidado essas questões, possivelmente, devido às peculiaridades culturais e históricas. Reduzir as diferenças presentes diante das desigualdades sociais visíveis, abrir caminhos para a participação dessas políticas, ter um olhar mais empático direcionado aos idosos mais vulneráveis e necessitados de atenção e garantir o cumprimento dos direitos estabelecidos no Estatuto do Idoso são fatores prioritários, além do que, a maioria desconhece seus direitos de forma adequada! No Brasil, a desigualdade social continua sendo um problema predominante, há um elevado contingente de pessoas vivendo em condições precárias de saneamento básico, com ausência de atendimento médico adequado, deficiências educacionais, carência de moradia e insegurança alimentar, que são apenas alguns dentre inúmeros fatores necessários que demandam a elaboração de políticas públicas inclusivas. Essas questões são temas de preocupação prioritária no processo de envelhecimento da população se não forem pensadas rapidamente.
O Brasil é o nono país mais desigual do mundo. O 1% mais rico recebe 32,5 vezes mais que os 50% mais pobres. A pandemia acentuou as desigualdades estruturantes, piorando as condições de vida dos mais pobres, das mulheres e
da população negra. (IBGE, 2022) Além da falta destas tão imprescindíveis políticas públicas, lidamos com a falta
de preparo de profissionais de diversas áreas para atender a essa demanda. Essa questão deve ser uma preocupação constante, pois é necessário e urgente que providências sejam tomadas, pois, não estamos preparados para atender
às exigências atuais e futuras. O crescimento da dinâmica demográfica impactará não apenas a quantidade, mas também as mudanças na distribuição etária, resultando em menos crianças e mais idosos. A camada populacional em idade produtiva também sentirá os efeitos desse desenvolvimento, tanto em termos de quantidade como de qualidade, o que provocará efeito na economia de modo geral. Mantendo esse ritmo e sem a implementação de medidas populacionais, a dinâmica demográfica nos levará ao inexorável envelhecimento com consequências que podem ser danosas ao desenvolvimento econômico e social do país. Além disso, as políticas públicas baseiam-se na cronologização para acrescentar programas específicos para cada uma dessas fases, mas, segundo Debert(2004), diante de profundas mudanças ocorridas na segunda metade do século XX, no mercado de trabalho, nos novos formatos de famílias, ela diz que é preciso haver uma descronologização para mensurar cada etapa de transição e assim definir o caráter do curso da vida como instituição social, ou seja, temos que inverter a ordem temporal e dessa forma determinar a natureza do percurso da vida enquanto construção social. Essa institucionalização abrange, praticamente, todas as dimensões, do mundo familiar, do trabalho, na organização do sistema produtivo, nas instituições educativas, no mercado de consumo e nas políticas públicas que cada vez mais tem como alvo, grupos etários específicos.

Em 2030, o Brasil terá a quinta população mais idosa do mundo, em 2050, a população de 65 anos e mais ascenderia a 38 milhões de pessoas, superando a de jovens. Em 2060, o percentual da população com 65 anos ou mais de idade
chegará a 25,5% (58,2 milhões de idosos), enquanto em 2018 essa proporção era de 9,2% (19,2 milhões). Já os jovens (0 a 14 anos) deverão representar 13,9% da população (33,6 milhões) em 2060, frente a 21,9% (44,5 milhões) em
2018. (IBGE, 2022) De acordo com as projeções da ONU, esse fenômeno mundial teve início no século XX e se estenderá até 2050. Em 2050, dois bilhões de pessoas em todo o mundo será de idosos. A população idosa brasileira passará de 7,8% para 23,6%, enquanto a jovem reduzirá de 28,6% para 17,2% e a adulta de 66,0% para 64,4%. (Wong; Carvalho, 2006). É preciso repensar as políticas públicas para que elas representem pautas próprias, levando em conta os anseios e as necessidades desse contingente populacional, compreender a realidade embasada em nossa organização social, considerando não apenas o que ela traduz, mas também a sua construção histórica e as relações de poder existentes na sociedade. (Oliveira, Salvador, Lima, 2023) Segundo Camarano & Pasinato (2004) para que as políticas voltadas para o envelhecimento populacional possam ser efetivas é necessário que apresentem uma abordagem integrada em seus diversos setores específicos: saúde, economia, mercado de trabalho, seguridade social e educação. As políticas voltadas para idosos devem fomentar a solidariedade entre as diferentes gerações, visando equilibrar as demandas dos idosos com as de outros segmentos populacionais.
Se tais medidas não forem postas em prática, a situação em que estamos vivendo no atual momento permanecerá a mesma. É fundamental unirmos esforços de forma imediata para evitar que as condições piorem, afetando a
qualidade de vida dessa crescente população.

Ana Lucia Fusco – Bacharela em Gerontologia – analufu@alumni.usp.br

Referências
Agência Senado; PNAD, 2022 (IBGE)
ANTÔNIO, M. – Envelhecimento ativo e a indústria da perfeição. Saúde e Sociedade,
São Paulo, v. 29, n.1, 2020.
DEBERT, G. G. A reinvenção da velhice: socialização e processos de reprivatização do
envelhecimento. São Paulo: Edusp, 2004.
CAMARANO, Ana Amélia; PASINATO, Maria Tereza. O envelhecimento populacional na agenda
das políticas públicas. IPEA, 2004.
COLEMAN, D. A. Transações Filosóficas da Royal Society of Londres B: Ciências Biológicas,2001.
https://sermodular.com.br/2022/09/09/comunidades-intencionais-formadas-porpessoas-maduras-podem-ser-solucoes-viaveis-na-velhice
Oliveira, T.R – Revista brasileira de geografia econômica – Envelhecimento populacional
e políticas públicas: desafios para o Brasil no século XXI – IV, Número 8, 2016
Oliveira, W.I.F; Salvador, P.T.C.; Lima, K.C. – Aspectos determinantes para construção
social da pessoa idosa a partir das políticas públicas no Brasil: Saúde Soc. São Paulo,
v.32, 2023
ROUGEMONT, F. Medicina anti-aging no Brasil: controvérsias e a noção de pessoa no
processo de envelhecimento. Revista de Antropologia, São Paulo, 2019
Wong; Carvalho, R. bras. Est. Pop., São Paulo, v. 23, jan./jun. 2006
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/22827-censo-demografico-2022.html

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Quem nos desvia de nossos sonhos? https://psicologa.com.br/quem-nos-desvia-de-nossos-sonhos/ https://psicologa.com.br/quem-nos-desvia-de-nossos-sonhos/#comments Sat, 01 Feb 2020 02:44:00 +0000 https://psicologa.com.br/?p=252  O ano inicia com a realidade batendo à porta. A sensação incômoda de ter-se deixado levar pela fantasia da loteria, a possibilidade de a vida ser magicamente transformada de um momento para o outro foi embora. E a vida continua…o aperto do metrô, o gestor e suas expectativas, os colegas de trabalho, as desconexões e conexões do cotidiano e talvez a torcida agora, seja para que as futuras férias cheguem logo para alcançar o descanso: Tranquilizar-se, repor o sono, ter liberdade, encontrar o equilíbrio de uma vida estressante e acelerada.

Nada há  de errado nisto, desde que o dia a dia não seja tão insignificante, cheio de frustrações, a ponto de as férias serem transformadas no fator mais significante de nossa vida. Precisamos ter mais que isto, pois passar a vida esperando que o ano acabe rápido para que  possamos novamente gozar nossas férias, inevitavelmente é querer também que nossa vida também acabe logo.

Para muitos sair de férias representa estar longe de tudo que incomoda, ir para bem longe da infelicidade de  dia a dia; além do constante desejo das férias inacabáveis. Se a rotina diária é sinônimo de coisas negativas das quais  contamos as horas para que terminem se faz necessário rever urgentemente nossas vidas. Por outro lado, a esperança de estar continuamente feliz é no mínimo insana e longe da realidade, principalmente por que o que dá significado a vida é justamente o equilíbrio entre as tristezas e as alegrias que acumulamos no decorrer de nossa existência, portanto os problemas fazem parte da vida e precisamos aprender a lidar com eles e não afastá-los de nós.

Enfrentar situações difíceis é um exercício que a vida comumente nos proporciona; desde que nascemos estamos em constante contato com  adversidades que nos fazem desenvolver capacidades para superar nossos limites e nos desenvolver como seres humanos que somos, ir além da sobrevivência e procriação. Porém muitas vezes nos perdemos neste processo de transformação, considerando que transformar-se necessita de muita determinação, nos tira de um lugar onde estamos acomodados e seguros, empurrando-nos ao desconhecido.

Nesta busca somos impulsionados a uma luta interna, invisível e se não houver muita obstinação, seremos por nós mesmos derrotados: Talvez cause estranheza dizer que nosso pior inimigo sejamos nós mesmos, uma força interna que resiste diante da concretização de nossos esforços para realização de nossos sonhos, em prol da segurança do que já é conhecido. Sem desconsiderar os obstáculos externos, que também são fortes opositores a muito de nossos sucessos, a falta de determinação que muitas vezes reside dentro de nós, é a maior dificuldade para chegar onde queremos ir. Steven Pressfield, em seu livro, “A Guerra da Arte”, tece considerações importantes sobre a luta interna que ele próprio trava todos os dias, identificando como sua principal inimiga a Resistência, aquela que vem todos os dias ao seu encalço, como um cão desejoso de seu dono, para fazê-lo desistir de seus afazeres e aconchegar-se em afagos.

O autor descreve sobre sua rotina de trabalho, onde a prioridade precisa ser respeitada, o planejamento precisa ser feito para que aquilo que se propõe ao mundo possa ser realizado, por mais tentador que seja desviar-se do caminho, deixando-se enganar pelas artimanhas da mente: “amanhã eu faço”, “eu mereço um descanso”, “está frio ou chovendo”, “quando der eu faço”, “será que eu nasci para isto?”, “é melhor não inventar, estou seguro do jeito que estou”. Entre outras inúmeras tentativas que criamos para nos desviar de nossos sonhos.

Na maioria das vezes a escolha é nossa; várias possibilidades nos são apresentadas para tirar-nos do caminho. Podemos ser seduzidos pela ideia de ocupar nossas mentes com coisas irrelevantes que nos distanciam cada vez mais de nossos propósitos ou definir o que queremos e lutar por nossos objetivos. Esta decisão está longe de ser fácil, somos tentados diariamente e facilmente nos perdemos em devaneios. A nossa era nos proporciona atrativos e passatempos quase que infinitos e muitos se deixam encantar por eles.

Nada mais tentador do que passar horas assistindo séries intermináveis, passar a noite se divertindo e interagindo com “games incríveis”, mas vale garantir que estes atrativos não sejam subterfúgios para nos manter inertes frente a nossas buscas pessoais e profissionais. Temos potencial para fazer muito mais do que acreditamos, os sonhos costumam estar sempre presentes e nos desviamos deles com costumeiras desculpas.

Será que optaremos por sermos velhos lamentadores de nossas vidas? Por quanto tempo iremos nos enganar? A vida não é questão de sorte e sim de luta pelas coisas que se acredita e que desejamos realizar; a persistência e a disciplina são grandes aliadas na luta contra a resistência. Pode até ser que não consigamos nossos objetivos, mas a busca em prol do que se quer, por si só já nos torna diferentes de ser o que o outro quer que sejamos!

Telma Mendes

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Depressão, resistir vale a pena. https://psicologa.com.br/depressao-resistir-vale-a-pena-2/ https://psicologa.com.br/depressao-resistir-vale-a-pena-2/#comments Thu, 29 Aug 2019 01:59:27 +0000 https://psicologa.com.br/?p=242 Parece um buraco sem fundo, a gente vai caindo, caindo e não tem forças para voltar. Primeiro vem a falta de energia, a vontade de ficar na cama, de não sair de casa, de se prender em seus pensamentos e se fechar para o mundo. O choro vem até a garganta, coisa esquisita pois sequer sabemos o motivo, além daquela percepção negativa de nós mesmos, de nos acharmos desconectados do mundo como se tivéssemos numa outra rotação.

O ânimo para viver sai do corpo e dá margem ao desespero, ações comuns como abrir uma gaveta se tornam um árduo trabalho. Surgem cobranças de todos os lados, comentários grotescos e a coisa só parece piorar; muitos identificam como preguiça, atitude para chamar a atenção, falta de vergonha e muito mais. A maioria ignora que depressão não é o oposto da alegria e sim falta da vitalidade (Solomon, A. 2001).

Não se pode confundir depressão com tristeza, tampouco com sentimento de luto. Esta doença não é específica de determinada faixa etária, sexo ou condição financeira. Qualquer um pode ser acometido por ela, até mesmo os mais fortes, e, caso não haja cuidado a consequência pode ser a morte. Por isto o tratamento (em conjunto) com Psiquiatra e psicólogo(a) precisa ser levado a sério. Ambos profissionais são parceiros neste tratamento, questões químicas e de cunho emocionais se inter-relacionam na depressão, apesar de atualmente termos um excesso de medicalização para tudo, inclusive o luto.

Muitos pacientes questionam sobre a eficácia dos remédios, seus efeitos colaterais, o tempo de permanência em psicoterapia, mas a Depressão é um transtorno de humor onde não há muita precisão, alguns permanecerão sendo medicados para o resto de suas vidas enquanto que outros podem diminuir ou até eliminar determinados procedimentos e remédios, dependendo da intensidade da doença e da atitude de cada pessoa.

Se bem administrados (os tratamentos) possibilitarão melhor qualidade de vida. Algumas pessoas e até mesmo a própria família escondem a doença por medo de serem alvos de preconceito ou incompreensão. Tal comportamento dificulta mais a situação, fortalecendo a Depressão.
Trata- se de um transtorno de humor imperioso que necessita de atenção e de cuidados.

O mundo para quem tem Depressão parece não ter sentido, como se estivesse preso no tempo, com pouca luz e desamor; domina o sentimento de desvalia e a dificuldade de concentração; a pessoa tem a sensação de vazio e solidão infinita, mesmo que esteja acompanhada; muitas vezes apresenta indiferença, ausência de sentimentos diante de situações por melhor ou pior que elas venham a ser; adicionados a isto pensamentos negativos de cobrança interior com relação a possíveis transtornos causados às pessoas amadas, levando a questionamentos a respeito da necessidade da própria existência.

Na sequência, aparecem outros sentimentos derivados de todo este sofrimento e falta de perspectiva: a raiva, a ansiedade, o pânico e o pensamento obsessivo que se transforma em mola propulsora para solução de todos os problemas, desencadeando ideias e maneiras de cessar com tudo o que incomoda. São, assim, as enganosas estratégias da mente enferma em busca do término do sofrimento.

Admitir a Depressão não significa curar-se, mas sim, uma valiosa possibilidade de administrá-la com sucesso.
Quando enfrentamos a dor e o tormento geramos maior controle da situação. Talvez a esperança esteja na dúvida e não na certeza, ou seja, contradizer a mente: e se estiver me enganando? E se não for bem assim? E se puder ser diferente? Pode ser que na pessoa acometida por Depressão haja mais do que dor e raiva: haja resistência. Haverá dias difíceis, recaídas e incertezas, mas um processo constante de aprendizado e de valorização a vida.
Texto baseado no livro: O demônio do meio dia (Solomon, A. 2001) e em minha experiência clínica.

Telma Mendes
CRP: 06/42.115

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Porque minha mãe não sai de casa? https://psicologa.com.br/porque-minha-mae-nao-sai-de-casa/ https://psicologa.com.br/porque-minha-mae-nao-sai-de-casa/#respond Mon, 20 May 2019 13:04:53 +0000 http://psicologa.com.br/?p=188 A diminuição da participação social entre idosos em idade avançada é comumente explicada na literatura devido a fatores como declínio da função física, doenças crônicas e/ou falta de mobilidade, porém alguns estudos apresentam outros fatores importantes e que também influenciam negativamente a participação de idosos nas atividades em geral.

Questões sociais, como a falta de companhia para ir a determinados locais são fatores importantes na idade avançada, situações como a viuvez, a perda de membros da família ou de amigos, seja devido a falecimentos ou mudança de moradia, levam o idoso a restringir-se socialmente: pessoas queridas, amigo(a)(s) de longa data desaparecem inesperadamente do seu convívio, deixando no lugar a solidão e muitas vezes a falta de ânimo para se engajar novamente; principalmente que  o processo de recomeçar é difícil para a maiorias dos idosos, tornando sua  rede de contato social reduzida. Muitas vezes a impossibilidade de não ter companhia familiar que o leve até o local do encontro ou da atividade de lazer é um fator impeditivo; seja devido a ocupação de filhos e netos ou até mesmo a falta de interesse dos mesmo em sair com os avós. A falta de locais para que o idoso possa participar socialmente também é um fator que precisa ser avaliado, pois no Brasil, considerando o número atual de idosos e seu constante crescimento, há poucos locais para tal convivência.

Dentre os motivos psicológicos, a depressão, a ansiedade, o medo da queda, o “gosto pelo isolamento”, a falta de ânimo para interagir com atividades ou pessoas que não são de seu interesse, (talvez o desconforto não compartilharem os mesmos interesses ou o fato de encontrar pessoas mais jovens e não considerarem isto como um atrativo para se relacionar). Em algumas situações sentimentos negativos com relação a velhice, de acreditar que não são mais jovens para participar de determinadas atividades ou para ir a algum lugar, são fatores preponderantes à participação social do idoso. Neste caso o papel do psicólogo(a) especializado(a) em gerontologia é de fundamental importância, podendo reverter a situação.

Motivos ambientais como barreiras arquitetônicas, tecnológicas ou de acessibilidade via transporte público, também comprometem a interação de idosos, seja por um local que não tenha elevador ou rampa de acesso. Alguns locais impedem o bom desempenho de quem o frequenta, por apresentarem tecnologia que o idoso não tem domínio, como por exemplo bares que se utilizam de tablets para que os clientes possam fazer os pedidos. Alguns outros fatores também dificultam a sociabilidade do idoso: o transporte público com altos degraus, vãos largos entre as plataformas e os vagões, ruas esburacadas, semáforos com tempo reduzido, impedindo ou gerando insegurança ao idoso, dificultam ou impossibilitam o acesso, limitando a participação social.

E por fim, motivos econômicos também significantes: quando faltam recursos financeiros para despesas básicas, a ida ao teatro, ao cinema, e a eventos festivos por exemplo, se tornam necessidades secundárias e descartáveis, apesar de seu grande valor para o bem-estar do idoso.

Muitas vezes vários destes fatores estão presentes simultaneamente, aumentando ainda mais a dificuldade de interação do idoso. Sem considerar as doenças crônicas e de mobilidade, que potencializam ainda mais as dificuldades para que o idoso esteja socialmente engajado.

Telma Lucia Mendes
Crp.06/42.115

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O que é ansiedade? https://psicologa.com.br/o-que-e-ansiedade/ https://psicologa.com.br/o-que-e-ansiedade/#respond Thu, 02 May 2019 21:29:52 +0000 http://psicologa.com.br/?p=152  

A ansiedade é uma reação natural de proteção, faz parte do nosso mecanismo de defesa, fazendo-nos reagir mediante possíveis situações que representem perigo e/ou que perturbe o desequilíbrio emocional. A ansiedade que nos leva a empreender, planejar a vida, desenvolver novas atividades é vista como saudável e desejável para nossa a vida em sociedade. Todavia, a ansiedade se transforma em doença, (Transtorno de Ansiedade) quando sua intensidade e duração são contraditórias à possibilidade do acontecimento dos fatos; o grau muito elevado de ansiedade e a presença contínua da mesma, é sinal de alerta e exige cuidados.

Sintomas

Os sintomas físicos mais comuns são boca seca, sudorese, falta de ar, insônia, movimentos repetitivos, taquicardia (palpitação), muito frequentemente confundidos com problemas cardíacos. Além destes sintomas, conforme Holmes (1997), pode haver comprometimento motor, no humor e na cognição. A presença de medo constante, tensão, irritabilidade, ocasionados pela sensação de que algo ruim está por acontecer fazem parte dos sintomas dos transtornos de ansiedade, alterando o desempenho pessoal e social do indivíduo.

Os transtornos de ansiedades mais conhecidos são:

  • Transtorno de pânico: ansiedade intensa e imprevisível, acompanhada de taquicardia, perda de concentração, dificuldade de respiração, suores frios, boca seca, sensação iminente de perigo constante e dificuldade no foco visual. (a imprevisibilidade o ataque costuma tornar a pessoa mais ansiosa e temerosa aos contatos sociais).
  • Transtorno de ansiedade generalizada: ansiedade frequente e excessiva com relação a eventos sociais ou atividades comuns.
  • Mutismo seletivo: Dificuldade da criança para falar em determinadas situações, porém em locais específicos (geralmente em família) ela consegue se expressar.
  • Agorafobia: Evitação de lugares ou situações que traga desconforto, promovendo o pânico.
  • Transtorno de ansiedade social (fobia social): Desencadeado quando a pessoa precisa apresentar desempenho ou atividades sob a observação de outras pessoas. (intensa e persistente)
  • Transtorno de ansiedade de separação: Transtorno que acomete crianças, expressando ansiedade por estar distante de sua casa ou separado de pessoas com as quais se sente segura (persistente e intensa), geralmente familiares mais próximos, principalmente a mãe.
  • Estresse Pós-Traumático: Ocasionado por eventos traumáticos, o indivíduo revive os sinais e sintomas (seja de ordem física, emocional ou psíquica), como se o episódio estivesse ocorrendo no momento presente.
  • Transtorno Obsessivo Compulsivo: Pensamentos, impulsos ou imagens constantes que provocam sensações indesejáveis de mal-estar e na tentativa de eliminação/diminuição de tal desconforto há o surgimento de pensamentos, rotinas ou atividades repetitivas. Comportamentos obsessivos de lavar as mãos, organizar coisas, repetição de ações, entre outras.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2017), o Brasil tem um dos  maiores índices de pessoas com transtornos de Ansiedade, fatores socioeconômicos e ambientais interferem diretamente para manter este índice elevado: a pobreza, o desemprego, estilo de vida, pressões de ordem profissional, social,  estresse do dia a dia entre muitos outros, se acumulam causando danos muitas vezes irreparáveis.

Há algumas estratégias para auxiliar pacientes com transtornos de ansiedade, que variam desde a mudança do estilo de vida, com atividades físicas regulares, hábitos saudáveis de alimentação, além de  tratamentos psicoterapêuticos e medicamentosos, entre outros;  A abordagem psicoterapêutica é importante no tratamento de transtorno de ansiedade, o psicólogo(a) possui condições técnicas de ajuda a pessoa com tais transtornos, respeitando as particularidades da doença e do indivíduo, como ser único e de atenção específica de modo a identificar quais os agentes estressores e qual a melhor forma de intervenção. O tratamento medicamentoso deve ser considerado conforme cada caso e deve ser feito em paralelo ao trabalho do psicólogo(a).

Telma Lucia Mendes
Crp.06/42.115

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